Quem sou eu

São Paulo, Brazil
Sou professora universitária,mestre em Ciências da Comunicação, pela Universidade de São Paulo e atualmente ministro a disciplina de Ética. Este blog contém material de uso em minhas aulas, elaborado através de pesquisas bibliograficas, para consulta de alunos e outros interessados.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

OS GRANDES PENSADORES CLÁSSICOS- 1A1

Sócrates

A figura de maior destaque da filosofia grega clássica foi Sócrates. Ele nada escre­veu, mas andava pelas ruas de Atenas conversando com as pessoas. Gostava de interrogá-las sobre suas crenças, levando­-as a perceber o quão transitórias elas eram. Buscava um conhecimento mais elaborado, mas, quanto mais conhecia, mais tinha consciência de que sabia muito pouco. Por assumir humildemente uma posição de ignorância, foi declarado pelo Oráculo de Delfos como o homem mais sábio do mundo.
Vivenciando as experiências do dia-a-dia e tentando questionar sempre os acontecimentos da cidade e as relações entre as pessoas, Sócrates, atento ao caminho da perfeição, inquietava os cidadãos atenienses com a magia da arte do diálogo. Ele nos ensinou que a atividade de filosofar não se distingue do próprio ato de viver, que o ato de filosofar consiste em conscientizar-nos de que nada sabemos. Nas suas conversas na praça do mercado de Atenas, ele não queria ensinar, mas aprender com as pessoas. Nesse diálogo, ambos aprendiam.
Sócrates conversava com as pessoas e freqüentem ente fazia perguntas. Levava seus interlocutores a ver os pontos fracos de suas próprias reflexões. Com base nisso, permitia que a outra pessoa chegasse a suas próprias conclu­sões. Na verdade, Sócrates dialogava com as pessoas forçando-as a usar a razão.
Ele mergulhou no saber. Procurou compreender os conflitos da cidade, das gerações, dos costumes e, a partir daí, mergulhou num constante exercí­cio de vida, no confronto diário com as contradições do saber.
Sócrates sabia muito bem que nada sabia sobre a vida e o mundo. E que isso era um ponto de partida para chegar à verdade. Ele próprio dizia que a única coisa que sabia era que não sabia nada.
"Eu só sei que nada sei" - era seu conhecido lema.

Essa posição o confrontava com os sofistas, que geralmente se satisfa­ziam com respostas prontas e acabadas. Para Sócrates os questionamentos são mais importantes e perigosos. Uma única pergunta pode ser mais importante do que várias respostas. Responder não é perigoso.
Ele acreditava que o conhecimento do que é certo leva ao agir correto. Por isso é tão importante ampliar nossos conhecimentos. E ele estava preocupado em encontrar definições claras e válidas para o que é certo e o que é errado, afirmando que essa capacidade de distinguir o certo e o errado estava na razão. Só assim, agindo de acordo com a razão, pensava ele, as pessoas poderiam ser de fato felizes: não uma felicidade baseada nas aparências, mas uma felicidade real, daquele que também busca fazer os outros felizes.
Mas os questionamentos de Sócrates despertaram o ódio de muitos atenienses, perturbados em suas “certezas" e vendo ruir seu mundinho bem construído. Com mais de 70 anos de idade, ele foi preso, julgado e condenado a morte, acusado de não acreditar nos deuses da cidade e de corromper os jovens. Os atenienses quiseram dar uma lição à filosofia, tentando fugir do incômodo causado por ela.

Platão
Platão foi discípulo de Sócrates e também cidadão ateniense. Era uma pessoa de fa­mília rica, culta, inteligente e produziu discursos e várias obras filosóficas. Desta­cou-se após a publicação do discurso em defesa de Sócrates, que havia bebido o cálice de cicuta, a pena de morte vigente em Atenas.
À escola que fundou em Atenas, ele deu o nome de Academia. Nessa escola ensinava-se filosofia, matemática e ginástica. E também utilizava-se o método dialógico criado por Sócrates, pois Platão o considerava seguro e importante para o desenvolvimento da filosofia.
A preocupação central de Platão consistia em perceber a relação entre aquilo que, de um lado, é eterno e imutável, e aquilo que, de outro, flui, ou seja, movimenta-se. Concluiu que aquilo que é eterno e imutável está no plano ideal, racional, espiritual. Está naquilo que ele chamou de mundo das idéias. Já aquilo que flui pertence ao mundo dos sentidos, dos acontecimen­tos, e é feito de um material sujeito à corrosão do tempo.
De fato, essa preocupação de Platão aparece porque ele estava queren­do provar a existência do conhecimento verdadeiro. Partiu da constatação de que tudo aquilo que sabemos, temos acesso ou pelos sentidos (visão, audição, tato, paladar, olfato) ou pelo pensamento, pela razão. Qual dos dois seria o mais confiável? O conhecimento sensível era o do mundo dos sentidos, que flui e se transforma; portanto, é um conhecimento transitório. Já as idéias só podem ser conhecidas pelo pensamento; nós não conseguimos ter uma per­cepção sensível de uma idéia (vê-Ia, cheirá-la etc.), mas o mundo das idéias é o mundo da perfeição, aquele que é eterno. Então, ele chegou à conclusão de que o verdadeiro conhecimento é o das idéias, e não o dos sentidos, que são apenas aparências.
Mas o verdadeiro conhecimento não pode desprezar o mundo dos sentidos; só com base nele é que podemos chegar nas idéias. Portanto, era preciso partir do mundo dos sentidos, compreender como ele se manifesta na realidade e formular uma idéia sólida para chegar a um conhecimento que não nos traga dúvidas, do qual possamos estar seguros.
A razão é eterna e imutável, pois emite juízos daquilo que só se mani­festa sobre dados que são eternos e universais, levando-nos a idéias verdadei­ras, ao passo que as opiniões e os sentidos podem nos dar idéias falsas sobre o que sentimos e percebemos, pois estão baseados na transitoriedade.
Essa divisão entre dois mundos é a marca da filosofia de Platão, aparecendo também em sua visão do homem, separando o corpo da alma. Para ele, o espírito ou a alma é intelectiva (racional) e superior. O corpo é irracional (sensível) e inferior. O corpo, com suas inclinações e paixões, contamina a pureza da alma racional, impedindo-a de contemplar as idéias perfeitas e eternas. Como nossos sentidos estão ligados ao corpo, não são
totalmente confiáveis. Confiável é a alma imortal, onde existe a morada da razão. E porque a alma não é material, ela pode ter acesso ao mundo das idéias.
Mas Platão dava um papel importante aos exercícios físicos, atribuindo a eles a qualidade de vivificar a alma e permitir a sua concentração na contemplação das idéias. Ele mesmo era um atleta (seu verdadeiro nome era Arístocles, mas recebeu o apelido Pia tão que, em grego, significa “ombros largos") e acreditava que a ginástica e a música permitem a superioridade do espírito sobre o corpo. Assim, a alma só pode desenvolver-se com um corpo forte e saudável; ao contrário, a fraqueza física torna-se um empecilho à vida superior do espírito.
Platão defendia a existência de um mundo ideal, perfeito e imutável. No nosso mundo sensível, tudo deveria buscar o modelo dessa perfeição. E para isso, era preciso encontrar, também para a sociedade, um modelo que privilegiasse esse raciocínio. Baseando-se nisso, ele imaginou um Estado constituído como o corpo humano.
Segundo ele, o corpo humano consistia em três partes: cabeça, peito e baixo-ventre. A razão pertence à cabeça, à vontade ao peito e o desejo ao baixo-ventre. A razão deve inspirar sabedoria, a vontade deve mostrar cora­gem e os desejos devem ser controlados. Para existir uma perfeição social, a organização da sociedade deve ser de acordo com a classificação do corpo humano: governantes (cabeça), soldados (peito) e trabalhadores em geral (baixo-ventre).
Só podem governar a sociedade aqueles que têm a possibilidade do pleno uso da razão, pois só eles podem compreender a idéia de Justiça e dirigir os demais segundo ela. E nesse caso, quem tem o pleno exercício da razão, segundo Platão, é o filósofo. É por isso que, para ele, ou os filósofos tornavam-se reis, ou os reis deveriam tornar-se filósofos.

Platão inventou uma forma de fazer filosofia: pegou emprestado de Sócrates o método da conversa, do diálogo para expressar suas idéias. Mas, diferente do seu mestre, não ficava pelas ruas conversando com as pessoas; pensava e tentava chegar a idéias cada vez mais perfeitas. Para comunicar aos outros essas idéias, escrevia na forma de diálogos, com vários personagens conversando entre si e defendendo idéias diferentes. Na imensa maioria de suas obras, Sócrates era a personagem principal, na boca da qual Platão colocava as idéias que pretendia demonstrar.


Aristóteles

Aristóteles pertenceu à Academia de Pla­tão. Não era ateniense, mas da cidade de Estagira, e filho de um médico / cientista. Sua formação e seu interesse pela nature­za fizeram com que divergisse do mestre Platão (que não se preocupou muito com o mundo dos sentidos), procurando ser também um estudioso da natureza viva e de seus processos de mudanças e evolução.
Aristóteles é considerado como aquele que, na cultura grega, organi­zou, sistematizou e ordenou as várias ciências.

Ele dizia que as idéias não nascem conosco, elas se formam em nós com base nas experiências que ternos na vida. Por exemplo: para Platão, existe primeiro a idéia de cavalo (razão) da qual cada cavalo que vemos é urna cópia. Para Aristóteles, existia a forma do cavalo, derivada daquilo que chamamos de espécie, classificação que fazemos pelos sentidos. Para ele, a realidade está em percebermos ou sentirmos tudo o que está a nossa frente e, com base nisso, elaborarmos nossa visão de mundo.

Pensava ele que todas as nossas idéias e todos os nossos pensamentos tinham entrado em nossa consciência através do que víamos e ouvíamos. Mas acreditava que temos uma razão inata - temos a capacidade de ordenar em diferentes grupos e classes todas as nossas impressões sensoriais. Somos capazes de criar conceitos e classificá-los, por exemplo, em animal, vegetal ou mineral.
Aristóteles era um homem meticuloso e queria encontrar ou explicar racionalmente os acontecimentos dos fenômenos da natureza. Para ele, era importante ficar claro como nossos sentidos captam as formas das coisas. To­mando o exemplo de uma árvore, ele dizia que existe a forma da árvore, captada pelos nossos sentidos. Mas existe também urna substância, que é aquilo que faz com que a árvore seja árvore. Na semente, a substância da árvore já está presente, mas ela deve atualizar aquilo que ainda é urna possibilidade, germinando, crescendo e transformando-se em árvore. O movimento que ocorre na natureza, segundo ele, é uma transformação nas formas que, pela atualização da substân­cia, faz com que urna possibilidade se tome realidade. Se percebemos as formas pelos sentidos, a substância só pode ser encontrada pela razão.

Percebemos que, no pensamento de Aristóteles, existe um esforço de ordenação. Ele estabeleceu uma certa ordem lógica na classificação do mundo da natureza e afirmou que, para chegar a certas conclusões sobre ela, era preciso estabelecer certos princípios. Por exemplo: todas as criaturas vivas são mortais. O homem é um ser vivo. Portanto, todo homem é mortal. Essa é a forma do que ele chamou de silogismo, e a lógica formal sistematizada por Aristóteles é a que rege nosso pensamento até hoje.
No pensamento de Aristóteles, encontramos também uma preocupação com a organização da sociedade (política) e também com a forma que cada indivíduo dá para sua própria vida particular. Talvez ele tenha sido o primeimo filósofo da Antiguidade a falar em ética com uma preocupação central em relação à vida humana.
A vida humana se diferencia da dos animais porque se manifesta com intencionalidade, vontade e desejo de ser feliz. Aristóteles acreditava em três formas de felicidade: a primeira é uma vida de prazeres e satisfações; a segunda é uma vida de cidadão livre e responsável; e a terceira é viver como pesquisador e filósofo. E essas três formas só se sustentam se realmente forem integradas entre si. Ou seja, é preciso buscar um equilíbrio corporal, espiritual e social para que a vida humana se realize como expressão da felicidade.
Dentro dessa preocupação com a vida e suas buscas de realização, Aristóteles procurou expressar uma visão de sociedade que permitisse o convívio harmônico dos seres humanos. Como não podemos viver somente segundo nossas intenções, é preciso organizar a sociedade de forma que ela nos auxilie a viver melhor. E a forma mais elevada do convívio humano, segundo Aristóteles, só pode ser o Estado.
Para Aristóteles, existem três formas puras de governar o Estado: a monarquia (ou governo de um só), a aristocracia (ou governo dos melhores) e a democracia (ou governo realizado por um grande número de cidadãos). Segundo ele, essas três formas só são válidas e justas se encontrarem um verdadeiro sentido de organização dos cidadãos, em que necessidades bási­cas como comida, trabalho, educação e família sejam colocadas no plano de convívio humano e de satisfação das nossas necessidades vitais de existência, visando a promoção do bem de todos.
Diferente de Platão, Aristóteles escrevia na forma dissertativa, procu­rando argumentar segundo as leis da lógica, inaugurando a forma pela qual a escrita filosófica seria conhecida ao longo dos séculos.

A filosofia e os demais conhecimentos

Tentamos aqui caracterizar a atividade fi­losófica por meio de uma rápida visão desses três filósofos clássicos, que vive­ram numa época muito próxima da ori­gem dessa forma de saber. Fica evidente que suas contribuições ao mundo do conhecimento enriquecem nossas pes­quisas e nos dão oportunidade para compreender melhor como o pensamen­to filosófico evoluiu. Percebemos também que, embora tenham vivido próximos entre si - Platão foi aluno de Sócrates e Aristóteles, aluno de Platão -, suas idéias diferenciam-se bastante. Ao longo do desenvolvimento da história, poderemos ver o aparecimento das mais diferentes posturas e idéias filosóficas.
Outra coisa que esperamos que tenha ficado clara para você é que a filosofia é uma forma de conhecimento. Ela surgiu em oposição a uma outra forma de conhecimento, o mito. Se o mito caracteriza-se por buscar explica­ções sobrenaturais e definitivas sobre os fatos do cotidiano, a filosofia consti­tui-se numa constante interrogação, busca explicações racionais, baseadas na própria natureza, para dar significado ao mundo e a nossas vidas. Essas duas formas de conhecimento coexistem até hoje, junto com outras.
Na busca de explicações racionais, a filosofia não ficou sozinha. Na verdade, ela se desenvolveu tanto que, num determinado momento, já não era possível que uma única pessoa pudesse se dedicar a pesquisar sobre muitas coisas. Como já vimos, Aristóteles estudava lógica, matemática, física, biologia, política, ética... Hoje, se alguém se dedica a estudar matemática, é provável que passe toda a sua vida pesquisando, e não conheça mais do que algumas partes específicas dessa área do conhecimento.
Com o crescente desenvolvimento dos conhecimentos e o conseqüente acúmulo de informações, além da busca constante de uma forma (método) de produzir conhecimentos verdadeiros, surgiu na Idade Moderna uma nova forma de conhecimento: a ciência. Podemos afirmar que todas as ciências que conhecemos hoje são filhas da filosofia, pois todas elas foram, num primeiro momento, uma área da interrogação filosófica. Aos poucos, cada uma delas foi se isolando, constituindo uma área própria de pesquisa e de saber.
Após séculos de esforços e discussões acumuladas de inúmeros filósofos, apareceu no século XVII o método científico que conhecemos hoje, baseado na experiência. A aplicação desse método a cada objeto de curiosidade constituiu uma ciência diferente: primeiro a física, depois a química, um pouco mais tarde a biologia e, mais recentemente - apenas no século XIX -, as chamadas ciências humanas e sociais: psicologia, história, sociologia...
A característica básica da ciência, portanto, é ter um único método aplicado a vários objetos; muda o objeto, muda a ciência. Já a filosofia, como vimos, pode ser construída de várias maneiras (não tem um método único) e possui vários objetos de estudo (de fato, qualquer coisa pode ser objeto de estudo filosófico).

Fica claro, então, que, embora as ciências tenham surgido da filosofia, hoje elas constituem formas de conhecimento diferentes. Mas tanto a filosofia como as ciências caracte­rizam-se por buscar um conhecimento verdadeiro, fundamentado racionalmente e que não se contente com explicações imediatas e definitivas.

De outro lado, teríamos o mito e a religião como outras formas de conhecimento, baseadas numa busca de explicações definitivas e inquestio­náveis sobre os acontecimentos de nosso dia-a-dia.


Texto extraído do livro de Sílvio Gallo, Ética e Cidadania: Caminhos da Filosofia, 2004. Editora Papirus.

A CONCEPÇÃO DA ÉTICA E INSERÇÃO NA FILOSOFIA- 1A

FILOSOFIA

"A Filosofia é o "ato de filosofar", compreender o homem como um ser situado numa época que se sente perplexo com a realidade vivida e começa a se interrogar sobre tal realidade, buscando uma razão fundamental para tudo que existe. O melhor meio de se aproximar da filosofia é fazer perguntas. Só que não são perguntas / questões. São perguntas problemas. São perguntas de caráter reflexivo, ou seja, o pensamento dentro de uma ação humana que permite uma tomada de decisão" . Gallo, 2004:14

" A primeira experiência com o "ato de filosofar" de que temos conhecimento deu-se na Grécia Antiga. Com o nascimento da pólis, as cidades-Estado gregas passam a expandir poder político, econômico e cultural para outras civilizações, o que permitiu o desenvolvimento de aspectos importantes da cultura, das formas de governo, da participação popular, influenciando o desenvolvimento e permitindo que surgissem os problemas reais sobre a existência do cosmo (os gregos chamavam o mundo de cosmos, que significa ordem, beleza, harmonia em oposição aos caos, a desordem de quando ainda não havia sido criado o mundo). É aí que aparece a figura do filósofo, ou seja, "um amante da sabedoria", alguém cujo objetivo é chegar à sabedoria". Gallo, 2004:14

"A FILOSOFIA É UMA ATIVIDADE EM CONSTANTE TRANSFORMAÇÃO: DEPENDE DA CENOGRAFIA DE CADA ÉPOCA E DOS ATORES QUE SOBEM AO PALCO" Gallo, 2004: 15

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

DEFINIÇÕES : Ética e Moral 1A

Definições sobre Étíca
1. Ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade (Adolfo Sánchez Vázquez).
2. Ética é o estudo do juízo de apreciação que se refere à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto (Aurélio Buarque de Holanda Ferreira).
3. " Ética é a investigação geral sobre aquilo que é bom" (Moore, 1975:4)
4. "Defini-se aqui a ética como uma reflexão de caráter crítico sobre os valores presentes na prática dos indivíduos em sociedade. É no domínio da ética que se problematiza o que é considerado bom ou mau numa determinada sociedade, que se questionam os valores, e que se aponta como horizonte o bem comum, sem dúvida histórico, mas diferente de um bem determinado por interesses e, muitas vezes insustentáveis." (Rios, 2002:87)

Definições sobre Moral
1. Moral é um sistema de normas, princípios e valores, segundo o qual são regulamentadas as relações mútuas entre os indivíduos ou entre estes e a comunidade, de tal maneira que estas normas, dotadas de um caráter histórico e social, sejam acatadas livre e conscientemente, por uma convicção íntima e não de uma maneira mecânica, externa ou impessoal (Adolfo Sánchez Vázquez).
2. Moral é parte da filosofia que trata dos costumes, deveres e modo de proceder dos homens para com os outros homens (Caldas Aulete)

A Ética é a Norma, enquanto a Moral é a ação. Ou, em outras palavras, a Moral é o que acontece e a Ética é o que deveria ser.


Afinal, o que é ética? 1 A - continuação.

Afinal, o Que é Ética?"
A ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas que não são fáceis de explicar, quando alguém pergunta”. (VALLS, Álvaro L.M. O que é ética. 7a edição Ed.Brasiliense, 1993, p.7)

Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda, ÉTICA é "o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto”.
Alguns diferenciam ética e moral de vários modos:
1. Ética é princípio, moral são aspectos de condutas específicas;
2. Ética é permanente, moral é temporal;
3. Ética é universal, moral é cultural;
4. Ética é regra, moral é conduta da regra;
5. Ética é teoria, moral é prática.

Etimologicamente falando, ética vem do grego "ethos", e tem seu correlato no latim "morale", com o mesmo significado: Conduta, ou relativo aos costumes.

Podemos concluir que etimologicamente ética e moral são palavras sinônimas.

Vários pensadores em diferentes épocas abordaram especificamente assuntos sobre a ÉTICA: Os pré-socráticos, Aristóteles, os Estóicos, os pensadores Cristãos (Patrísticos, escolásticos e nominalistas), Kant, Espinoza, Nietzsche, Paul Tillich etc.

Afinal, o que é ética?Ética é algo que todos precisam ter.Alguns dizem que têm.Poucos levam a sério.Ninguém cumpre à risca...

© Copyright 2002 - Prof. Vanderlei de Barros Rosas - Professor de Filosofia e Teologia. Bacharel e Licenciado em Filosofia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro; Bacharel em teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil; Pós-graduado em Missiologia pelo Centro Evangélico de Missões; Pós-graduado em educação religiosa pelo Instituto Batista de Educação religiosa

APREENDENDO UM POUCO MAIS SOBRE ÉTICA e MORAL -1 A

A ÉTICA PROPÍCIA O QUE AO HOMEM ?

1. A agir racionalmente - utilizando critérios, conceitos e argumentos.
2. A tomar decisões prudentes e realizar escolhas mais adequadas
3. Afetar o conjunto da vida e não ações isoladas.
3. A Formar um bom caráter buscando fins e metas para sua Vida.

Quais são os objetivos da Ética?
"A Ética tem por objetivo facilitar a realização das pessoas. Que o ser humano chegue a realizar-se a sí mesmo como tal, isto é, como pessoa. (...) A Ética se ocupa e pretende a perfeição do ser humano."Clotet J. 1986;12(1)84-92.

Conhecendo um pouco mais sobre Ética
- É no campo da ética que se problematiza e se faz juíso de valor, julgando o que é certo ou errado, bom ou ruim para a humanidade. Ou seja, a ética é parte da filosofia que estuda a ação do homem e encontra-se no campo da reflexão.

- A Ética relaciona-se com os princípios de bondade, justiça, equidade, verdade, integridade, honestidade, entre outros.


Conhecendo um pouco mais sobre Moral
- A Moral relaciona-se com às normas de condutas aceitas por "um grupo social".
- Sociedades diferentes, normalmente, têm morais diferentes, pois as regras de comportamento, ou melhor, a moral são estabelecidas a partir das crenças religiosas, costumes, regras de comportamento, valores e princípios e da própria cultura.